A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é uma doença muito frequente nos homens, à medida que a idade vai avançando. É caracterizada pelo aumento progressivo do número de células da próstata e, em consequência deste processo, um também progressivo aumento do volume, do tamanho da próstata. Este orgão é uma glândula que se localiza abaixo da bexiga e que é responsável pela produção de parte do esperma.
À medida que a próstata aumenta de dimensão, pode comprimir a uretra, que passa a ter um calibre menor e, por isso, obstruir o fluxo urinário, dificultar o jacto. Essa obstrução pode causar uma série de sintomas desconfortáveis, como dificuldade para urinar, jacto urinário fraco, necessidade de urinar mais frequentemente, de dia e de noite, urgência para urinar e sensação de não esvaziar completamente a bexiga.
Muitas pessoas diagnosticadas com HBP questionam-se acerca da necessidade de tomar medicamentos para o resto da vida ou se existem alternativas para controlar a doença e os seus sintomas. A resposta a esta pergunta não é simples nem linear, uma vez que essa necessidade depende de diversos factores, incluindo a gravidade dos sintomas, a saúde e bem-estar geral do homem e a abordagem recomendada pelo médico assistente.
Abordam-se de seguida as diferentes opções de tratamento para a HBP, as suas vantagens e desvantagens, os cuidados a ter com o uso prolongado de medicamentos, a possibilidade de alterar ou suspender a medicação ou de, eventualmente, ser necessário adoptar outras medidas ou técnicas de tratamento.
O tratamento com medicamentos é uma das abordagens mais comuns para controlar os sintomas da HBP, especialmente em casos ligeiros e moderados desta doença. Os medicamentos são geralmente eficazes para diminuir as queixas urinárias e, em muitos casos, podem atrasar a progressão da doença e/ou aliviar os sintomas de modo a evitar a cirurgia.
Existem vários tipos de medicamentos para tratar a HBP. Os principais grupos de fármacos usados para tratar esta doença são os seguintes:
Não há uma regra em relação à necessidade de manter o tratamento da HBP para o resto da vida. Ou seja, não há uma resposta única; uns doentes necessitarão de manter o tratamento durante anos e anos, eventualmente durante toda a sua vida; outros poderão, se as queixas estiverem muito bem controladas e não perturbarem o estado geral e a qualidade de vida, eventualmente interromper a medicação, pelo menos durante algum tempo.
Para muitos pacientes com sintomas leves a moderados de HBP, a medicação pode ser eficaz durante anos, com o acompanhamento médico adequado.
Isso não significa, no entanto, que o tratamento será necessariamente permanente. Dependendo da evolução da condição, das mudanças no estilo de vida, da resposta ao tratamento, o médico pode ajustar a abordagem terapêutica, alterar as doses dos medicamentos, ou associar mais do que um medicamento. Em alguns casos, pode mesmo suspender-se a medicação.
Em alguns casos porém, uma interrupção do tratamento pode levar à recidiva das queixas dos doentes e mesmo a pioria da doença. Nos casos de uso de inibidores da 5-alfa-redutase, por exemplo, a suspensão pode resultar no crescimento da próstata e no agravamento dos sintomas. Por isso, é essencial seguir rigorosamente as orientações médicas.
Em alguns casos, mesmo a tomar correctamente os medicamentos, as queixas não melhoram. Em alguns casos, melhoram apenas ligeira ou transitoriamente. Ou seja, a melhoria das queixas não é significativa ou, após uma melhoria inicial, a intensidade das mesmas aumenta novamente.
Nem todos os homens com HBP precisam de tomar de medicamentos a longo prazo; alguns melhoram o suficiente para se poder suspender a medicação. Nalguns casos, os sintomas tornam-se mais graves, deixando os medicamentos de ser eficazes; noutros, os medicamentos apresentam efeitos colaterais significativos, implicando a interrupção da sua toma. Nestas situações, o médico urologista pode sugerir opções de tratamento mais invasivas.
Nos últimos anos, diversas técnicas minimamente invasivas têm-se mostrado muito e cada vez mais eficazes no tratamento da HBP. Estas opções são menos invasivas do que as cirurgias clássicas, permitindo menor tempo de recuperação e menos complicações. Como exemplo destas técnicas, destacam-se
Embora a medicação para HBP possa ser eficaz a longo prazo, existem alguns casos em que a manutenção do tratamento se torna imprescindível:
Para muitos homens, os medicamentos ajudam a controlar queixas como a dificuldade para urinar, o jacto fraco, as micções nocturnas e a urgência urinária. Em casos de sintomas de HBP leves a moderados e quando os sintomas não causam grandes complicações, a medicação pode ser a melhor opção a longo prazo.
A HBP não tratada pode levar a complicações graves, como retenção urinária (incapacidade de urinar, infecções do aparelho urinário, pedras na bexiga, sangue na urina ou mesmo insuficiência renal. O uso contínuo de medicação pode evitar que essas complicações se desenvolvam.
Mesmo com medicação, é importante que o paciente mantenha um acompanhamento regular com o médico. As alterações no estilo de vida, como a redução da ingestão de líquidos a partir do final da tarde e à noite, o controle do peso e o evitar de alguns alimentos, podem auxiliar no controle dos sintomas e reduzir a necessidade de intervenções agressivas.
A interrupção do tratamento medicamentoso para HBP pode ter consequências negativas. Como os medicamentos geralmente funcionam para aliviar os sintomas e, em alguns casos, reduzir o tamanho da próstata, a sua suspensão pode levar a recidiva dos sintomas. O fluxo urinário pode piorar, a retenção urinária pode voltar a ocorrer e os sintomas podem intensificar-se. Em alguns casos, a recidiva das queixas pode ocorrer a muito curto prazo, noutros doentes as queixas podem voltar a surgir ou a agravar-se apenas após alguns dias, semanas ou meses.
Em pacientes que utilizam inibidores da 5-alfa-redutase, a interrupção pode implicar o retomar do crescimento da próstata, o que pode tornar necessária a intervenção cirúrgica no futuro.
A necessidade de tomar medicação a longo prazo para a HBP depende de muitos factores individuais. Para muitos doentes, a medicação é eficaz em controlar os sintomas durante anos. Noutros casos, poderão ser necessários tratamentos alternativos como as técnicas minimamente invasivas ou mesmo uma cirurgia convencional. É essencial discutir com o médico as opções mais adequadas à situação específica de cada pessoa, com base na gravidade dos sintomas e na saúde geral.
A medicação é uma ferramenta eficaz e essencial no tratamento da HBP. No entanto, a chave para o tratamento bem-sucedido da HBP envolve um acompanhamento contínuo e personalizado, que inclui também mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, cirurgia.
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