Além dos sintomas urinários, frequentemente a HBP tem também um efeito negativo na vida sexual. Os homens com HBP descrevem muitas vezes dificuldades como disfunção eréctil (dificuldade em obter ou manter uma erecção satisfatória), diminuição da líbido (“desejo sexual”) e alterações da ejaculação. Isso ocorre devido a uma combinação de factores físicos e psicológicos.
Embora não sejam bem conhecidos os mecanismos directamente relacionados com a dificuldade de erecção em doentes com HBP, é possível que quer a própria doença, por compressão local, quer os medicamentos para tratar a mesma, contribuam para o efeito final de disfunção eréctil. Podem estar envolvidos mecanismos vasculares, neurológicos ou endocrinológicos, locais ou sistémicos contribuindo para a dificuldade em obter ou manter uma erecção.
Alguns medicamentos usados no tratamento da HBP podem causar ejaculação retrógrada ou anejaculação. Nestes casos, o esperma não é expulso para o exterior, durante o orgasmo. O homem afectado tem orgasmo, mas não emissão de sémen. Este facto pode afectar a satisfação e a qualidade de vida sexual do homem, podendo ser causa de frustração/insatisfação para estes.
A ansiedade relacionada com a necessidade de micção constante, a fadiga associada à falta de sono e o desconforto físico geral, todos podem diminuir o desejo sexual. A preocupação constante com as queixas provocadas pela HBP causa stress e impacto emocional muitas vezes muito significativo, reduzindo o interesse e/ou a disposição para a actividade sexual.
Há uma boa notícia em relação às consequências sexuais da HBP: muitos destes efeitos da HBP na vida sexual podem ser geridos/controlados/diminuídos/eliminados com tratamento adequados e adaptações no estilo de vida:
O primeiro passo para reduzir os efeitos da HBP na vida sexual é ter um diálogo aberto com a parceira sexual e com o médico que segue a pessoa. A comunicação sobre as dificuldades e expectativas sexuais ajuda a aliviar a pressão e melhora o entendimento mútuo e da situação clínica.
Se a disfunção sexual estiver relacionada com medicamentos, o médico ajusta o tratamento de modo a diminuir os efeitos secundários sexuais que os medicamentos podem ter; se necessário, o médico prescreverá medicamentos que ajudam a melhorar a erecção, como os inibidores da 5-fosfodiesterase (medicamentos como o sildenafil, o tadalafil, o avanafil ou o vardenafil – todos do mesmo grupo, com ligeiras diferenças que podem fazer com que o médico opte por um ou por outro, consoante a situação clínica, as necessidades, a gravidade do problema ou a frequência das relações sexuais, por exemplo).
Em alguns casos, a terapia sexual é essencial e é benéfica para restaurar a confiança e melhorar a satisfação sexual. Esta abordagem pode ajudar os homens a lidar com os aspectos emocionais e psicológicos das dificuldades sexuais referidas, associadas à HBP.
Em conclusão, a Hiperplasia Benigna da Próstata pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e bem-estar dos homens, nomeada e especialmente em relação ao sono e à vida sexual. Associar alterações no estilo de vida, medicação e um apoio psicológico adequado, ajuda a minimizar estes efeitos nefastos e manter uma boa qualidade de vida.
A chave para que se consiga controlar/ultrapassar eficazmente a HBP e as suas consequências consiste numa abordagem proactiva, no acompanhamento médico regular e no tratamento dos diversas dimensões envolvidas nestes problemas, garantindo que as queixas sejam controlados e que a vida sexual e o descanso nocturno melhorem significativamente.