Urorec®, cápsula, medicamento sujeito a receita médica. Urorec® apresenta-se sob a forma de cápsulas nas dosagens de 4 e 8 mg.
Urorec® tem como substância ativa a silodosina, que pertence a um grupo de medicamentos designados bloqueadores dos recetores adrenérgicos Alfa1A (recetores localizados na próstata, bexiga e uretra). Urorec® está indicado no tratamento dos sinais e sintomas da hiperplasia benigna da próstata (HBP) em homens adultos.
Quando estes recetores são ativados, fazem com que os músculos que controlam o fluxo da urina se contraiam. Ao bloquear estes recetores, Urorec® faz com que estes músculos relaxem, facilitando o ato de urinar, aliviando os sintomas de HBP.
Estes medicamentos promovem o relaxamento do músculo liso existente na parte inferior da bexiga (trígono e colo da bexiga), na próstata e em torno da uretra.
Consegue-se, deste modo, uma diminuição da resistência ao fluxo urinário, melhorando este e outros sintomas.
A silodosina, substância ativado do medicamento Urorec®, é utilizada no tratamento dos sintomas da HBP (hiperplasia benigna da próstata). A silodosina é o bloqueador alfa com maior urosselectividade, conferindo por isso maior potência e uma eficácia superior. O perfil de efeitos secundários é muito favorável, sendo o medicamento deste grupo que menos causa hipotensão ortostática, um problema frequente (e frequentemente a causa de quedas) nos homens afetados com HBP. Geralmente os homens nas faixas etárias de meia-idade ou idade avançada são indivíduos em que o risco de hipotensão e queda está potenciado pelas comorbilidades e pela polimedicação.
Os efeitos secundários são habitualmente pouco intensos, raramente obrigando a interromper a terapêutica, e pouco frequentes (4-10%): hipotensão postural, astenia e tonturas, cefaleias, obnubilação, congestão nasal e ejaculação retrógrada.
Embora melhorando a sintomatologia e o fluxo urinário, até ao momento, não há estudos que demonstrem que este grupo de fármacos altere a história natural da doença: a probabilidade de retenção urinária aguda ou a necessidade de cirurgia mantém-se constante. Estes medicamentos não modificam o volume prostático e não alteram os valores de PSA (antígeno específico da próstata).
A dose recomendada é uma cápsula de Urorec 8 mg por dia. Em populações especiais de doentes é recomendada uma cápsula de Urorec 4 mg por dia.
Não são necessários ajustes posológicos em doentes com compromisso renal ligeiro (CLCR ≥ 50 a ≤ 80 ml/min). Recomenda-se uma dose inicial de 4 mg uma vez por dia, em doentes com compromisso renal moderado (CLCR ≥ 30 a < 50 ml/min), que pode ser aumentada para 8 mg uma vez por dia, após uma semana de tratamento, dependendo da resposta de cada doente em particular. Não é recomendada a utilização em doentes com compromisso renal grave (CLCR < 30 ml/min).
Não são necessários ajustes posológicos em doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado. Como não existem dados disponíveis, não é recomendada a utilização em doentes com compromisso hepático grave.
Como a HBP e o carcinoma da próstata podem apresentar os mesmos sintomas e coexistir, os doentes que se suspeita terem uma HBP devem ser examinados antes do início da terapêutica com silodosina para excluir a presença de carcinoma da próstata. O toque retal e, quando necessário, a determinação do antigénio específico da próstata (PSA - Prostate Specific Antigen) devem ser efetuados antes do tratamento e, depois deste, em intervalos regulares.
O tratamento com silodosina causa uma diminuição da quantidade de sémen libertada durante o orgasmo que pode afetar temporariamente a fertilidade masculina. Este efeito desaparece após a interrupção de silodosina.
A cápsula deve ser sempre tomada com alimentos, de preferência à mesma hora todos os dias. A cápsula não deve ser aberta nem mastigada, mas engolida inteira, de preferência com um copo com água.
A silodosina é extensamente metabolizada, principalmente através da CYP3A4, da álcool-desidrogenase e da UGT2B7. A silodosina também é um substrato da glicoproteína P.
As substâncias que inibem (tais como cetoconazol, itraconazol, ritonavir ou ciclosporina) ou induzem (tais como rifampicina, barbitúricos, carbamazepina, fenitoína) estas enzimas e transportadores podem afetar as concentrações plasmáticas de silodosina e do seu metabolito ativo.
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes do medicamento.
Ref.: 027.2024
Referências:
1. RCM
2. Folheto Informativo
3. Guidelines EAU 2019